sábado, 10 de abril de 2010

Compra compulsiva vicia como qualquer droga

Se você conhece alguém que compra sem parar, fique atenta!!! Essa pessoa sofre do que os psiquiatras chamam de oneomania, um transtorno descrito como doença na década passada. A pessoa é incapaz de controlar o impulso de comprar. Estima-se que entre 2% e 8% da população mundial sofra desse mal, que coloca em risco não só a conta bancária mas também a estabilidade familiar. Quatro em cada cinco viciados em compras – ou shopaholics, como se convencionou chamá-los nos Estados Unidos e aqui – são mulheres.
Assim como o álcool, a nicotina e a cocaína, o ato de comprar dá prazer e, por isso, pode viciar. Geralmente o que excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. Outra característica típica do consumidor compulsivo é comprar sempre um determinado tipo de objeto, mesmo sem ter a idéia de colecionar. Em alguns casos, o doente até esquece que andou comprando freneticamente, como um alcoólatra que, na ressaca, não se lembra do que fez no dia anterior. Esquecer ou esconder a compra é um mecanismo recorrente usado pelos compulsivos para não encarar o problema.
A pessoa que não consegue se controlar dentro de uma loja, em geral, tem outros problemas psicológicos, como ansiedade e pouca auto-estima. Entre 60% e 70% das mulheres com compulsão por compras apresentam sintomas depressivos. O tratamento pode ser terapia e antidepressivos, ou a combinação das duas coisas.
Pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, deram antidepressivo durante sete semanas a 24 pacientes com o problema. A maioria era compulsiva havia pelo menos dez anos e sofria pessoal ou financeiramente por causa do problema. Um deles possuía 55 máquinas fotográficas. O remédio reduziu a compulsão em dois terços dos pacientes. A maior dificuldade do tratamento é que, em geral, ele começa tarde. Em média, demora dez anos para uma pessoa perceber que seu comportamento pode ser doentio.

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