Se você conhece alguém que compra sem parar, fique atenta!!! Essa pessoa sofre do que os psiquiatras chamam de oneomania, um transtorno descrito como doença na década passada. A pessoa é incapaz de controlar o impulso de comprar. Estima-se que entre 2% e 8% da população mundial sofra desse mal, que coloca em risco não só a conta bancária mas também a estabilidade familiar. Quatro em cada cinco viciados em compras – ou shopaholics, como se convencionou chamá-los nos Estados Unidos e aqui – são mulheres.
Assim como o álcool, a nicotina e a cocaína, o ato de comprar dá prazer e, por isso, pode viciar. Geralmente o que excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. Outra característica típica do consumidor compulsivo é comprar sempre um determinado tipo de objeto, mesmo sem ter a idéia de colecionar. Em alguns casos, o doente até esquece que andou comprando freneticamente, como um alcoólatra que, na ressaca, não se lembra do que fez no dia anterior. Esquecer ou esconder a compra é um mecanismo recorrente usado pelos compulsivos para não encarar o problema.
A pessoa que não consegue se controlar dentro de uma loja, em geral, tem outros problemas psicológicos, como ansiedade e pouca auto-estima. Entre 60% e 70% das mulheres com compulsão por compras apresentam sintomas depressivos. O tratamento pode ser terapia e antidepressivos, ou a combinação das duas coisas.
Pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, deram antidepressivo durante sete semanas a 24 pacientes com o problema. A maioria era compulsiva havia pelo menos dez anos e sofria pessoal ou financeiramente por causa do problema. Um deles possuía 55 máquinas fotográficas. O remédio reduziu a compulsão em dois terços dos pacientes. A maior dificuldade do tratamento é que, em geral, ele começa tarde. Em média, demora dez anos para uma pessoa perceber que seu comportamento pode ser doentio.
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