sábado, 10 de abril de 2010

Rede de assistência do Bolsa Família dará acesso a preservativos

Diante do crescimento da incidência de aids entre as mulheres nos últimos anos, o governo federal, numa ação interministerial inédita, decidiu incorporar a luta contra a doença às ações do principal programa social brasileiro. A partir de agora, serão realizadas ações de prevenção das DST/HIV-Aids nos centros de assistência do Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome (MDS), que atendem aos beneficiários do Bolsa Família. Estes serviços também vão disponibilizar preservativos.
Segundo o Boletim Epidemiológico de 2009, em 1986, a razão entre os sexos era de 15 casos de aids em homens para cada caso em mulheres, e a partir de 2002, a razão estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de aids é maior entre as jovens do que entre os rapazes. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 casos em meninas.
Entre 2000 e junho de 2009, foram registrados no Brasil 3.713 casos de aids em meninas de 13 a 19 anos (60% do total), contra 2.448 meninos. Na faixa etária seguinte (20 a 24 anos), há 13.083 (50%) casos entre elas e 13.252 entre eles. No grupo com 25 anos e mais, há uma clara inversão – 174.070 (60%) do total (280.557) de casos ocorrem entre os homens.
A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, lançada pelo Ministério da Saúde em 2009, também ajuda a explicar a vulnerabilidade das jovens à infecção pelo HIV. De acordo com o estudo, 64,8% das entrevistadas entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas (haviam tido relações sexuais nos 12 meses anteriores à pesquisa). Dessas apenas 33,6% usaram preservativos em todas as relações casuais.
Entre os homens, 69,7% dos entrevistados eram sexualmente ativos. Mas eles usam mais a camisinha: 57,4% afirmaram ter usado em todas as relações com parceiros ou parceiras casuais.
Em 2007, a taxa de incidência de aids em mulheres acima de 50 anos praticamente dobrou em relação da 1997, passando de 5,2 casos por 100 mil habitantes para 9,9 casos. Nos homens, passou de 12 casos por 100 mil habitantes para 18, no mesmo período.

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